quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Literatura Deslocada: o Cânone e os Estudos Culturais


IV CONGRESSO INTERNACIONAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE LITERATURA COMPARADA


DELZI ALVES LARANJEIRA


A emergência dos estudos culturais no cenário acadêmico provocou mudanças significativas nos enfoques e conceitos até então entendidos como exclusivamente literários. Na esteira do debate envolvendo os estudos literários e os culturais, o questionamento do cânone literário tem sido um dos principais indicadores dessas mudanças. Os estudos culturais têm postulado uma crítica da representatividade do cânone enquanto fator de exclusão, ou seja, de Homero a Joyce, o cânone privilegia um padrão eurocêntrico composto por uma maioria de escritores mortos, brancos e homens. Esse padrão, ao ser endossado e perpetuado, discrimina e alija a produção literária que opera fora dessas premissas.

A onda crítica em relação ao cânone desdobrou-se em uma defesa de seu status quo — como por exemplo Harold Bloom em O Cânone Ocidental — e em uma demanda por sua “abertura”, postulada por grupos considerados marginais, como mulheres, negros, homossexuais, ex-colonizados, etc. Toda essa problemática está inserida em uma questão maior, que envolve o status da literatura, ou melhor, dos estudos literários em relação aos propósitos dos estudos culturais. Esse embate tem mostrado que a existência de posições antagônicas é inevitável; em relação ao cânone, porém, elas podem ser reavaliadas à medida que o processo de valorização da obra literária é melhor apreendido.

A palavra cânone deriva do grego antigo kanon, que significava um padrão de medida, “uma norma pela qual todas as coisas são julgadas e avaliadas” (McDonald, 1996:13). O cânone religioso é formado por textos considerados sagrados, como os da Bíblia, que reivindicam inspiração divina. O processo de formação do cânone bíblico envolveu debates entre os líderes das comunidades religiosas e a definição de critérios sob os quais um determinado texto era selecionado. A uma certa altura desse processo, o cânone foi autoritariamente fechado e novos textos não puderam ser adicionados.

Embora seja derivada do cânone religioso, a idéia de uma seleção de textos considerados mais “apropriados” — o cânone literário seria secularizado —, há, obviamente, uma importante diferença qualitativa entre ambos: a flexibilidade. Ao contrario do cânone bíblico, o literário é aberto, uma vez que está sendo continuamente aumentado, bem como subtraído (Guillory, 1995: 237). Os critérios para a inclusão podem ser discutíveis, como atesta a onda crítica a que estão sendo submetidos, mas não há como negar que o cânone literário é dinâmico: um exemplo disso é a reinclusão dos poetas metafísicos ingleses ao cânone depois de terem sido, de uma certa forma, “descanonizados” no século XVIII.

Os dois cânones divergem também porque o cânone literário não é uma seleção de obras feita por uma elite que se reúne para decidir quais serão canonizadas ou não. Há todo um processo de seleção, formação e preservação de uma obra literária. Obviamente, há uma valorização da obra quando se considera que ela contém qualidades que a distinguem e a tornam melhor do que outras. De acordo com John Guillory (1995: 235), esse julgamento ocorre dentro de um contexto institucional, que é a escola. Assim, “o problema do cânone é um problema de syllabus e currículo, as formas institucionais pelas quais as obras são preservadas como grandes obras” (1995: 240).

A escola, como detentora de distribuição de conhecimento, tem a função de ensinar como ler e escrever e também o que ler e escrever. Assim, ela define certas obras literárias como conhecimento e, através de sua inclusão nos currículos, perpetua e preserva esse valor conferido a elas. A habilidade de ler e escrever é fundamental para a existência do cânone. Ela explica, por exemplo, a exclusão das mulheres do cânone literário até o século XIX. Não existiam obras literárias femininas simplesmente porque a maioria esmagadora das mulheres não tinha acesso à escola.

A partir do século XIX, nomes como Jane Austen, Emilly Dickinson, as irmãs Brontë, na literatura inglesa, começaram a aparecer e foram posteriormente incluídos no cânone. O critério de exclusão de mulheres e minorias étnicas não se encontra numa seleção preconceituosa e imutável de “grandes” obras de arte; ele pode ser explicado dentro de um contexto histórico como uma “exclusão dos meios de produção literária, da alfabetização em si” (Guillory, 1995: 238). Isso significa que ocorreram resistências e preconceitos em relação à canonização da produção literária das mulheres e outros grupos marginalizados, mas aceitar que a formação do cânone faz parte de um processo conspirativo contra esses grupos é assumir uma posição extrema e improdutiva em termos de reavaliação do cânone.

Da mesma maneira, segundo Guillory (1995: 235), transformar “a cena de conspiração em uma cena de representação” — na qual o cânone seria aberto para garantir o direito de representação dos grupos marginalizados — também não contribui para a elucidação do processo de canonização das obras literárias, uma vez que essa visão teria que chegar a um consenso quanto a um conceito de valor estético para justificar porque as obras não canonizadas são tão boas quanto as canônicas. Do contrário, a solução seria erigir diferentes cânones para os diferentes grupos, o que não garantiria que a reprodução dos critérios usados para o cânone eurocentrico não se repetiria.

A escola se configura, então, como a mediadora entre literatura e sociedade, e como a instituição que molda o cânone. Assim, os estudos literários na escola se definem pelo ensino não de qualquer tipo de escrita, mas de uma escrita valorizada (Milner, 1996: 06). A partir dessa distinção, o que hoje chamamos estudos culturais emerge, no contexto sociocultural da Inglaterra nos anos 30 e 40. A obra de F. R. Leavis é a pedra fundamental desse processo. Leavis foi o mentor de um modelo que enfatizava as virtudes da língua (inglesa) e “a significância do cânone literário nacional” para a cultura nacional como um todo (Milner, 1996: 9). Esse modelo coloca a literatura num lugar privilegiado, como mediadora entre sociedade e estado. No entanto, essa mediação se restringe a um conceito de cultura que, tanto no sentido social, quanto no estético, ou seja, cultura como modo de vida e como arte, se define como uma cultura de elite.

A literatura na visão leavisiana é a alta arte, em contraposição à cultura popular, a “baixa arte”. Segundo Milner (1996:09), o embrião dos estudos culturais formou-se quando surgiu, por parte de acadêmicos treinados na tradição de Leavis, como Raymond Williams e Richard Hoggart, a curiosidade de saber o que há além do cânone. Em contrapartida a uma literatura canonizada e ao alcance de uma minoria privilegiada, o interesse pela educação de adultos oriundos da classe trabalhadora, pela cultura de massa, a ficção popular, textos publicitários e de jornais (Williams, 1996: 153), foi determinante para o surgimento dos estudos culturais.

A mudança de foco do literário para o cultural foi ocasionada por uma “virada sociológica” (Milner, 1996: 11). Se o conceito de cultura postulado por Leavis enfatizava as categorias de (alta) arte e estética, para Raymond Williams, o conceito de cultura é mais elástico. Ao deslocar a noção de cultura das definições de artes e humanidades para as de ciências humanas e sociais, os estudos culturais “tenderiam a ver o valor cultural como socialmente construído”, enquanto “os estudos literários tradicionais definiam a literatura como uma categoria estética atemporal” (Milner, 1996:11). Nessa nova visão, o foco da análise incide nos textos culturais e indicadores sociológicos, como a classe social.

Num primeiro momento, o texto literário canonizado, inserido em uma visão leavisiana de literatura, é descartado como objeto de estudo. O contexto histórico em que os estudos culturais surgiram permite fazer uma ligação com as idéias postuladas pelo modernismo anglo-americano no que diz respeito ao estabelecimento de uma divisão entre alta e baixa arte. Essa dicotomia já havia sido criticada pelas vanguardas históricas no início do século 20, mas essa crítica, pelo menos em termos literários, não foi suficiente para evitar que a divisão se estabelecesse.

À canonização de James Joyce, Virginia Woolf, T.S. Eliot, William Faulkner e Joseph Conrad, escritores que enfatizavam o processo de escrita e produção da obra, contrapôs-se toda uma produção literária ligada ao romance policial, ao folhetim romântico, aos quadrinhos e à ficção científica, gêneros considerados de menor (ou nenhuma) importância pelos defensores do alto modernismo. Em relação ao cânone, o tipo de escrita valorizada e adicionada foi justamente a produção literária que se adequava ao paradigma do alto modernismo — a fissura entre cultura de elite e cultura de massa. Com uma clara opção por essa última, os estudos culturais preencheram o vácuo criado pelo desprezo modernista à cultura de massa, enquanto as universidades se dedicavam ao estudo (e ao ensino) dos modernistas canonizados.

No seu projeto inicial, como relata Raymond Williams (1996: 153), o que hoje denominamos estudos culturais pretendia ser uma opção aos estudos literários institucionalizados nas academias, daí a preferência por um público-alvo diferente — adultos e mulheres — com um programa diferente — discussão da literatura em relação à experiência vivida e, ao invés de textos canonizados, o estudo da ficção popular, textos publicitários e jornalísticos. Raymond Williams (1996: 154) enfatiza que a formação dos estudos culturais se deu fora da academia: sua base foi a educação de adultos e o seu desenvolvimento foi na práxis dessa educação e não a partir de textos — The Uses of Literacy (1957), de Hoggart, Culture and Society (1958), do próprio Williams, entre outros, como é comumente descrito. A existência desses textos considerados fundadores só foi possível por causa dessa práxis.

A crítica ao elitismo modernista desembocou no que hoje denominamos pósmodernismo, que constituiu, segundo Andreas Huyssen (1986: viii), “o segundo maior desafio à canonizada dicotomia alta / baixa arte” (o primeiro desafio, como dito acima, foi levado a termo pelas vanguardas históricas). Assim, um certo caráter vanguardista caracterizou a crítica ao modernismo, que foi acusado de ser hostil à cultura de massa, de enfatizar uma separação da cultura do dia-a-dia e de se distanciar de interesses políticos, econômicos e sociais. Como resultado, uma característica marcante da estética pós-moderna é o embaralhamento das fronteiras entre alta e baixa arte. O movimento Pop por exemplo, foi representativo desse momento em que um novo debate acerca do relacionamento entre arte e vida, imaginação e realidade é estimulado.

O desejo de romper com a dicotomia cultura de elite / cultura de massa também gerou críticas daqueles que defendiam os valores modernistas às expensas do pósmodernismo e do vanguardismo. Theodor Adorno foi o teórico da modernidade por excelência, e ele insistia na separação entre alta arte e cultura de massa, objetivando, segundo Huyssen (1986: ix), salvaguardar a “dignidade e autonomia da obra de arte das pressões totalitárias dos espetáculos de massa fascistas, do realismo socialista e uma cultura de massa comercial e mais degradada do que nunca no Ocidente”. Huyssen (1986: x) argumenta que esse projeto foi substituído por um novo paradigma, o pósmoderno, e nele, o “modernismo, a vanguarda e a cultura de massa entraram em uma instância de relações mútuas e figurações discursivas (...), as quais são claramente distintas do paradigma do alto modernismo”. Nesse novo contexto, a defesa de uma dicotomia alta / baixa arte não conseguiu mais se sustentar.

Com o aprofundamento da crítica à divisão alta/baixa arte e a imposição do paradigma pós-moderno, os estudos culturais encontraram o espaço necessário para sua própria institucionalização acadêmica, como enfatizado por Francis Mulhern (1995: 31): “[e]ntre os fenômenos intelectuais mais marcantes dos chamados tempos pós-modernos está a emergência, nas principais academias, da nova disciplina dos estudos culturais”. Toda uma estrutura envolvendo programas de especialização e pós-graduação, professores treinados na disciplina, associações profissionais, conferências com alta média de público, editoras que publicam incessantemente temas relacionados ao assunto, demonstram a força e a organização dos estudos culturais.

Mesmo com todos os problemas causados pela institucionalização2, os estudos culturais constituíram-se como um campo forte dentro da academia, e isso reforçou o embate com os estudos literários, no qual o questionamento do cânone é apenas mais um sintoma. Apesar da preferência pela produção literária popular, Williams e Hoggart sustentavam a idéia de que os estudos de cultura envolvem o estudo de todos os textos, tantos os “literários” —significando a alta literatura—quanto os populares. No entanto, no seu primeiro impulso, os estudos culturais “apartaram-se da literatura em direção à cultura, ainda entendida num sentido essencialmente leavisiano como não-literatura” (Milner, 1996: 18). Para Milner, esses seriam os estudos culturais “modestos”, enquanto a visão mais ampla de Williams e Hoggart constituiriam a versão “imodesta” dos estudos culturais.

A institucionalização dos estudos culturais abalou os alicerces dos estudos literários como disciplina. A alegação mais comum entre os tradicionalistas é que o estudo da literatura corre o risco de ser engolfado pelos estudos culturais, tornando-se apenas mais um de seus campos de ação, o que significaria o fim de sua autonomia. Mesmo na versão “modesta” dos estudos culturais, que excluem a categoria do literário, a integridade disciplinária dos estudos literários também é ameaçada, uma vez que os estudos culturais “se transformariam em um potente rival na competição acadêmica por estudantes, recursos, etc” (Milner, 1996: 19). Assim, ao invés do temor de se tornar mais um anexo dos estudos culturais, o maior risco para os estudos literários é o de perder a disputa e ser alijado da cena acadêmica. Essa, inclusive, é a previsão mais pessimista de Harold Bloom em O Cânone Ocidental. Para ele, toda a tradição literária que nos legou autores como Shakespeare, John Milton, Goethe, Neruda, Beckett, Kafka, entre outros, está sendo minada pela onda do politicamente correto e pelo alcance cada vez maior dos estudos culturais na academia. Na sua “conclusão elegíaca”, Bloom (1994: 519) acredita que os estudos literários, na definição tradicional, não sobreviverão ao redimensionamento do literário provocado pelo que ele denomina “Escola do Ressentimento”, composta por feministas, marxistas, lacanianos, novos historicistas, desconstrucionistas e semiotistas (Bloom, 1994: 527). O erro fundamental dessas escolas teóricas, na visão de Bloom, é fazer uma leitura política da literatura, minando a primazia do estético (Lawrence, Guttridge, 1994: 23).

Para Bloom, o cânone ocidental representa o exercício da memória, sem a qual o
conhecimento não é possível. Na sua definição, o cânone é “a verdadeira arte da
memória, a autêntica fundação do pensamento cultural” (Bloom, 1994: 35). O motivo da existência de um cânone literário é a necessidade de “impor limites, de definir um padrão de medida, que não pode ser político, nem moral” (35). Pela sua natureza secular, o cânone nunca poderá ser fechado, portanto; falar em “abertura” do cânone é, para Bloom, uma questão redundante. Ele é contra tal abertura porque, para ele, os postulantes da Escola do Ressentimento querem introduzir um padrão de medida político e moral, o que contraria a própria idéia de cânone. A conseqüência dessa postura, na visão de Bloom (1994: 35), é a destruição “de todos os padrões estéticos e intelectuais nas ciências humanas e sociais, em nome da justiça social”. Não há dúvidas que, para Bloom, a literatura não pode ser subordinada a nenhuma ideologia e que a valorização da escrita literária depende, em grande parte — senão totalmente — da obra em si.
Shakespeare é a figura central no cânone de Bloom porque sua escrita é uma escrita “forte”, capaz de nos lembrar “não só o que acontece em Hamlet, mas o que acontece na literatura que a faz memorável” (1994: 39). As idéias de Bloom em O Cânone Ocidental geraram inúmeras respostas, pró e contra. Obviamente, os membros que ele chama Escola do Ressentimento não tardaram a acusar Bloom de elitista e de defender uma idéia de literariedade que refuta qualquer ligação com um contexto político e social.

Milner cita Outside Literature de Tony Bennet, professor de ciências humanas na Griffith University na Austrália, como o reverso da teoria Bloomniana de cânone e literatura. Bennet critica a estética literária do ponto de vista dos estudos culturais. Para Bennet, segundo Milner (1996: 24), “o reconhecimento da construção social da literatura leva a um tipo de populismo cultural que vai deliberadamente contra a literatura e em direção (..) aos estudos culturais modestos”. Na visão de Bennet, o discurso estético é apenas mais um entre outros discursos de valor. Nesse contexto relativista, a idéia de cânone literário e o seu estabelecimento não se sustentam.

Da maneira como o debate entre estudos culturais e literários se apresenta, parece que o caminho a seguir é a opção entre um ou outro. Defender a literatura significa ir contra os preceitos dos estudos culturais, e vice-versa, articular análises
dentro desses preceitos significa romper com toda uma tradição literária. Milner sugere (e eu concordo com ele) que a versão imodesta dos estudos culturais, postulada por Raymond Williams e que inclui os textos literários, seria a versão que melhor trabalharia a relação entre a arte e a sociedade, precisamente porque, ao incluir textos literários, não privilegiaria nem um nem outro. Esse pressuposto equilíbrio parece ser o que incomoda os defensores da literatura, porque ele promove um deslocamento da mesma: ela deixa de ser um discurso privilegiado, colocado em um pedestal, para se incluir entre os demais discursos e práticas que operam dentro da cultura.

Obviamente, a perda desse status não poderia acontecer sem protestos e, mesmo
que posições extremas sejam atingidas, é inegável que há um saldo positivo envolvendo esse debate. A necessidade de definir se o que estamos fazendo hoje nos departamentos de literatura pertence ao âmbito dos estudos literários ou estudos culturais levou a um redimensionamento da própria literatura, uma vez que demandou novas maneiras de definir e localizar os estudos literários. Seria utópico pensar que a relação estudos literários/estudos culturais poderá vir a ser pacífica um dia.

Também não creio que isso seja desejável, porque a partir dessa tensão que tanto incomodou e incomoda os estudiosos de literatura, novas formas de pensar o literário podem se constituir, conferindo dinamismo à disciplina e evitando a fossilização de conceitos, teorias e práticas, o que não pode deixar de ser visto como um resultado positivo desse questionamento. Resta saber se é necessário lamentar e temer, como Bloom, o fim de uma maneira de se definir literatura, literariedade e crítica literária em face dos estudos culturais. Esse deslocamento, certamente não foi o primeiro, e não será o último. Encarar e teorizar essa mudança se coloca como um dos desafios aos que se dedicam à construção do discurso literário. Nesse contexto, a reflexão sobre o cânone se configura como mais uma importante conseqüência desse repensar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bloom, Harold. The Western Canon. New York: Harcourt Brace, 1994.
Gabel, John, Wheeler, Charles B., York, Anthony D. The Bible as Literature: An
Introduction. 3. Ed. New York: Oxford University Press, 1996.

Guillory, John. “Canon”. In: Lentricchia, Frank; McLaughlin, Thomas (Ed.) Critical
Terms for Literary Theory. 2. Ed. Chicago: The University of Chicago Press, 1995.
p. 233/249.

Huyssen, Andreas. After the Great Divide: Modernism, Mass Culture, Postmodernism.
Bloomington: Indiana University Press, 1986.

Lawrence, Tim; Guttridge, Peter. Reloading the Ancient Canon. 21 Nov. 1994. [on
line]. Disponível em http://www.elibrary.com. 31 de Jul. 2000. p. 23.

McDonald, Lee M. The Formation of the Christian Biblical Canon. 2. ed. Peabody,
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Milner, Andrew. Literature, Culture and Society. New York: New York University
Press, 1996.

Mulhern, Francis. The Politics of Cultural Studies. Monthly Review. V. 47. 17 Jul. 1995.
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Williams, Raymond. The Politics of Modernism. London, New York: Verso, 1996.